Assim que casamos fomos
morar na fazenda que ela havia herdado, após a morte de seu pai. Quando me
disse que iríamos morar naquele prado a perder de vista, senti a primeira ponta
de tristeza em minha alma, ela passava horas tentando me convencer que sentia a
presença do pai, que lhe falava em espírito, que um dia as pessoas no mundo
necessitariam de muita comida, para aplacar a fome e que aquelas terras eram
muito férteis e produtivas e se tornariam um dia o celeiro do mundo.
Para mim isso era
complicado, primeiro não acreditava que ela ouvia a voz do pai, mas nunca lhe
disse, pois sabia que isso a deixaria muito triste e essa não era minha
intenção.